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çamento estar na família de Chikuun-

sai IV Tanabe há 125 anos. “Tudo na

cultura oriental tem um simbolismo,

é encantador”, diz. Beatriz conta que

levará para sempre os conhecimentos

obtidos durante o estágio, dentre eles

o

omotenashi

, ou a hospitalidade ja-

ponesa. “Para eles, servir nunca é hu-

milhante, é uma honra”.

Com pouco mais de um mês de

estágio, Raquel Jorge Cutin, de 23

anos, também sente que foi profun-

damente tocada pela experiência. A

estudante de artes visuais na Belas

Artes, percebeu que sua próprias

obras passaram a ter referências a

artistas que conheceu na Japan

House. Em um trabalho para a fa-

culdade, por exemplo, usou técnicas

colagens que viu em um livro sobre

Shinro Otahke. Assim como a cole-

ga, Raquel tem uma obra preferida

na mostra:

Floresta de bambu

. Mais

do que uma instalação, trata-se de

uma experiência de imersão no es-

pírito e modo de vida oriental. As

paredes da sala imitam uma floresta

de bambu circular. Para entrar, é

preciso tirar os sapatos e, só assim,

caminhar por sobre o tatame que

recobre todo o chão. Lá então se

deitam para assistir, no teto, à pro-

jeção de

O conto da princesa Ka-

guya

(2013), produção do Studio

Ghibli (Tóquio), uma das referên-

cias mundiais em cinema de anima-

ção com obras como

Meu vizinho

Totoro

(1988),

Viagem de Chihiro

(2001, vencedor do Oscar de Me-

lhor Animação) e

O castelo anima-

do

(2004). “Foi inspirado no

Conto

do cortador de bambu

, a primeira

história de ficção registrada por es-

crito e que, pela técnica utilizada,

tudo indica ter sido criada por uma

mulher”, detalha Raquel. É a história

milenar de uma princesa encantada

que chega à Terra pelo interior de

um caule de bambu e é encontrada

por um humilde homem do campo.

Tanto Beatriz quanto Raquel es-

tão descobrindo na prática uma li-

ção deixada por Angela Hirata, pre-

sidente da Japan House São Paulo.

“Os estudantes em início de carreira

devem fazer aquilo que querem, de

que gostem e com que se identifi-

quem. Depois de descobrir o que se

quer, o trabalho torna-se prazeroso.

Porque mercado existe: onde existe

ser humano, tem business”, reco-

menda a presidente. Em entrevista

exclusiva, Angela Hirata conta que

a Japan House está atingindo seus

propósitos.

André Lopes

Divulgação/Japan House

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ESTÁGIO

PEÇAS DE BAMBU EM EXPOSIÇÃO NA JAPAN HOUSE

A jovem artista plástica Raquel Cutin

percebeu que suas obras já estão

sendo influenciadas pelo estágio.

Jeff Dias

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