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Agitação | CIEE
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AGITAÇÃO CULTURAL LANÇAMENTOS
Os sete
pecados
das letras
e dos
números
O
s19 capítulos, assinados por abalizados
especialistas, transformam o livro
São
Paulo de outros tempos
, o quinto volu-
me da série Nossa História, num diversificado
painel do passado da maior metrópole brasileira.
Neles, estão dissecados aspectos que contribuí-
ram para formar a riqueza cultural, econômica,
arquitetônica e a diversidade das nacionalidades
que aqui se miscigenaram para formar uma po-
pulação empreendedora, inovadora e sempre
disposta a desbravar fronteiras tanto geográfi-
cas, como aconteceu com os bandeirantes,
quanto do conhecimento, gerado em suas uni-
versidades de ponta, nos centros de pesquisa,
nos laboratórios de desenvolvimento de produ-
tos das empresas.
O livro é uma coletânea de aulas ministradas
no tradicional Curso de História de São Paulo,
que ocupa o Teatro CIEE durante dez quintas-fei-
ras, no segundo semestre, já há 14 anos conse-
As várias dimensões
da formação de São Paulo
O
número 7 terá mesmo um toque sagrado?
Muitos acreditam e outro tanto descrê. Mas
que há algo de estranho com ele, lá isso há.
Sete são as cores do arco-íris, as vidas do gato, os
dias da semana, as notas musicais, os portais da
eternidade, os anões da Branca de Neve, as cha-
ves que guardam segredos. E por aí vamos. Essas
coincidências são lembradas por Dad Squarisi para
estruturar os capítulos do livro
Os sete pecados
da língua
. Editora do jornal Correio Braziliense,
escritora, palestrante de ciclos de cursos gratuitos
ofertados pelo CIEE a estudantes e aprendizes,
além de colunista de
Agitação
, Dad apresenta um
manual para quem quer escrever com correção,
clareza e um jeito moderno.
Abre o primeiro capítulo –
Os sete
pecados dos numerais
– tratando do ze-
ro à esquerda, “uma nulidade”. Por isso,
nada de escrever 01, 02, etc. em datas
ou outra indicação. Afinal, ninguém diz
mês zero um
ou havia
zero duas pessoas
na sala. Sempre tratando de sete situa-
ções que geram dúvida na hora
de escrever, dá dicas práticas
sobre mais 23 temas, entre os
quais conjugação verbal (os
verbos malandros merecem
dois capítulos), hífen, arti-
gos, concordância, crase,
modismos. O último capítu-
lo, o 25º, subverte a ordem
que rege os anteriores. Compara a língua a um ar-
mário onde cabem todos os tipos de roupas. O de-
safio: escolher a mais adequada para cada ocasião
– baile, cineminha, corrida. O erro, nesses casos,
tem o nome de inadequação. Exatamente como
acontece com os textos. Não há certo ou errado.
Há, sim, o português adequado a cada ocasião: re-
portagens e relatórios pedem fatos e vocábulos
concretos. Salas de bate-papo aceitam abreviatu-
ras e outras invencionices.
Mas, mesmo assim, ela alinha dez princípios
para textos. Quem escreve deve ser claro, preci-
so, natural e fácil; ter leveza (não cansar o leitor
ou ouvinte) e respeito (nem todo mundo gosta de
palavrões); ser surpreendente (despertar cu-
riosidade e fugir dos chavões), dinâmico
(ir logo ao ponto, varia vocabulário, pre-
ferir a voz ativa) e gentil (fugir de pala-
vras que reforçam preconceitos de cor,
idade, altura, preferências sexuais,
etc.). Quem aproveitar as dicas da
Dad, descobrirá como transfor-
mar os sete pecados em se-
te virtudes da língua. Exa-
tamente como os sete pe-
cados capitais têm seus
opostos nas sete virtu-
des – cuja prática, se
dá um pouco de traba-
lho, rende mais re-
compensas.